segunda-feira, 23 de março de 2015




OLÁ, PROFESSORES


Como a deficiência intelectual é tema recorrente de nossos estudos, e sabendo que o blog da escola pode contribuir com mais conhecimento para que a inclusão aconteça de fato, vamos mais uma vez falar das características da DI. Encontramos, no site da APAE de São Paulo, uma revista com muitos artigos interessantes tanto para nós, educadores, quanto para a comunidade. Recomendamos uma visita; aproveite para ler os artigos. O site é este: http://www.apaesp.org.br. O texto abaixo foi extraído da revista ano 1, número 1, de julho/dezembro de 2011.

MITOS E VERDADES SOBRE A DEFICIÊNCIA INTELECTUAL


As pessoas com deficiência intelectual são totalmente dependentes.


Mito As pessoas com deficiência intelectual têm suas habilidades vinculadas às suas limitações. Entretanto, com a devida educação e preparação para a vida em sociedade, muitas dessas pessoas podem fazer quase tudo sozinhas, e devem ser auxiliadas somente naquilo que for necessário, para que garantam sua autonomia, independência e protagonismo de suas próprias vidas. Existem pessoas com deficiência intelectual que são muito independentes, trabalham, estudam, se deslocam sozinhas, se casam e têm vida sexual ativa. Além disso, podem ter autonomia para decidirem suas vidas pessoais e profissionais. É fato que as pessoas com atraso cognitivo precisarão de mais tempo para aprender as competências necessárias para cuidarem de si mesmas e para o aprendizado em geral. Porém, a grande maioria das pessoas com deficiência intelectual consegue aprender a fazer muitas coisas nos ambientes escolar, familiar e social e todas elas são capazes de aprender algo útil e para seu bem-estar na comunidade em que vivem. Para tanto, necessitam de mais tempo e de apoio adequado a fim de aprender e se desenvolver, mas com ajuda, podem viver de maneira satisfatória.


Deficiência intelectual é a mesma coisa que doença mental.

Mito Não! Muita gente confunde, mas são coisas bem diferentes. O Transtorno Mental é uma doença psiquiátrica e seu tratamento é feito com o uso de remédios, receitados por um psiquiatra. Já a deficiência intelectual é apenas um atraso no desenvolvimento. A pessoa tem dificuldades em aprender certas atividades, porém não está doente. A deficiência intelectual não deve ser confundida com uma doença mental, como a esquizofrenia, por exemplo. A deficiência intelectual é caracterizada por limitações significativas no funcionamento intelectual envolvendo o raciocínio, a capacidade de resolver problemas, de pensamento abstrato, de compreender idéias complexas, de aprender rapidamente e de aprender com a experiência. Essa deficiência origina-se antes dos 18 anos.


As pessoas com deficiência intelectual necessitam de super proteção.

Mito As pessoas com deficiência intelectual devem ser incentivadas a se tornarem independentes e aprender a ter responsabilidades, de modo a desenvolver suas competências e, assim, ganhar autonomia. Devem também aprender a se comunicar com outras pessoas, participar da vida familiar e satisfazer suas necessidades pessoais, tais como comer sozinho, tomar banho, aprender a reconhecer e usar o dinheiro. Além disso, precisam ser incentivadas a participar de atividades sociais e a desenvolver competências sociais, compreendendo questões de saúde e segurança, bem como ter acesso, no mínimo, à educação formal básica (leitura, escrita e matemática básica).

As crianças com deficiência intelectual têm direito ao ensino comum e ao ensino especializado. 

Verdade Até pouco tempo, os pais eram obrigados a escolher se queriam matricular seu filho em uma escola especial ou comum, pois não havia articulação formal entre os dois sistemas. Hoje, a criança com deficiência tem o direito de se integrar às duas modalidades de ensino, não a uma ou a outra, ou seja, ela tem direito aos dois atendimentos. Assim, o aluno com deficiência intelectual tem o direito de estudar na escola comum e, no contraturno, receber o atendimento educacional especializado, voltado à suas características específicas, sendo que os profissionais envolvidos devem manter constante diálogo.

As pessoas com deficiência intelectual são doentes.

Mito A deficiência intelectual não é uma doença, é uma limitação, uma condição que pode ser resultado ou consequência de uma doença. Portanto, não existe tratamento, mas sim acompanhamento, que deve ser realizado por meio de trabalhos terapêuticos, com profissionais de Psicologia, Terapia Ocupacional, Fisioterapia e Fonoaudiologia, com acompanhamento médico, caso necessário. Como não é uma doença, não pode ser contraída por meio de contágio. Além disso, a convivência com as pessoas com deficiência intelectual não provoca nenhum prejuízo ou dano nas pessoas que não a possuem.
 

As pessoas com deficiência intelectual são mais carinhosas e/ ou são agressivas.

Mito As pessoas com deficiência intelectual não são mais ou menos carinhosas ou agressivas. Elas são como as pessoas normais, que podem ou não ter essas características. Podem ser mais carinhosas ou mais agressivas dependendo de outros fatores sociais e da formação da personalidade. Entretanto, é fundamental que uma pessoa com deficiência intelectual seja orientada a ter um comportamento adequado nos ambientes social e de trabalho.


O meu filho terá dificuldade na aprendizagem se conviver com uma criança com deficiência intelectual.

Mito A escola regular comum, por sua heterogeneidade, é sempre mais desafiadora do que ambientes homogêneos, como as classes e as escolas especiais, sendo, portanto, um contexto gerador de inúmeras possibilidades de aprendizado. Esse desafio não está posto exclusivamente ao aluno com deficiência, mas sim para todos os alunos, para o professor e para o próprio sistema de ensino. Conviver com as diferenças altera nossa compreensão do que é aprender e ensinar, pois demanda a criação e a utilização de recursos que podem ajudar todos a terem acesso aos níveis mais elevados de aprendizagem, estimulando os indivíduos a serem cooperativos e criativos.


Álcool, cigarro e drogas durante a gestação pode causar Deficiência Intelectual no bebê. 

Verdade No caso do álcool e das drogas, o efeito das substâncias afeta diretamente o desenvolvimento do sistema nervoso. No caso do cigarro, a deficiência pode acontecer por efeito secundário, isto é, o cigarro causa um menor desenvolvimento da placenta que “alimenta” o bebê. Assim, filhos de mães fumantes tendem a ter baixo peso ao nascer, o que torna o bebê mais suscetível às complicações na hora do parto e, consequentemente, à deficiência em decorrência das mesmas.


Não adianta a criança com deficiência intelectual ir para escola, pois ela não vai conseguir aprender.

Mito A Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, que passou a fazer parte da Constituição Federal a partir de 9 de julho de 2008, define que pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de natureza física, intelectual ou sensorial, em interação com diversas barreiras atitudinais e ambientais resultam na obstrução de sua participação com as demais pessoas. Assim, hoje temos que a deficiência é um conceito em constante evolução, pois resulta da interação entre as pessoas. Assim, quanto mais cedo a criança com deficiência participar do mesmo ambiente escolar junto com todas as crianças de sua geração, mais essa relação contribuirá para que as barreiras sejam rompidas e a deficiência intelectual não impeça a plena e efetiva participação na sociedade em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.


A pessoa com deficiência intelectual pode ter uma vida normal.

Verdade Pode não, deve! A pessoa com deficiência intelectual tem os mesmos sentimentos que qualquer indivíduo possui. E, como qualquer um de nós, percebe tudo o que se passa ao seu redor. Portanto, devemos dar oportunidade a essa pessoa para realizar todas as atividades que achar interessante e auxiliá-la no que for possível. Desde que esta se sinta à vontade, deve realizar atividades como passear, sair com os amigos, namorar, trabalhar, enfim, ter realmente uma vida normal, respeitando-se as suas limitações.



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