terça-feira, 27 de setembro de 2016

ATPC - 18 e 19  de outubro/2016

1- LEITURA FORMATIVA
Felicidade Clandestina In Felicidade Clandestina. Rio de Janeiro, Rocco, 1998.


CLARICE LISPECTOR





Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. 

Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”. 

Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia. 

Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim um tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. 

Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam. 

No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. 

Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir com meu coração batendo. 

E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra. 

Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados. 

Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler! 

E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me dar o livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer. 


Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo. 

Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. 

Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. 

Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante. 

2- FOCO APRENDIZAGEM - 
3º Bimestre 
Habilidades em Defasagem


9ºS ANOS

MATEMÁTICA 

A- Resolver problemas aplicando as relações métricas do triângulo retângulo. (questões 9,11,12)
B- Identificar a correspondência entre ângulos congruentes de dois triângulos semelhantes. (questão 6)
C- Resolver problemas envolvendo semelhança de triângulos. (questões 7, 8)
D- Identificar a razão de semelhança entre duas figuras planas. (questão 3) 
E- Identificar a existência ou não existência de semelhanças entre duas figuras planas. (Questão 1)


LÍNGUA PORTUGUESA

A-Identificar elementos constitutivos de sequências argumentativas: questão polêmica, posição
do autor e argumentos. (questão 2)
B-Reconhecer aspectos linguísticos (preposição, conjunção) em funcionamento em um texto (instrucional, argumentativo, informativo, imagético, de opinião).(questões 3, 5, 9, 10)
C- Reconhecer aspectos linguísticos do uso da crase em funcionamento no texto.(Questão 4)
D-Estabelecer, em um texto (argumentativo, de opinião), relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la. (questão 7)
http://focoaprendizagem.educacao.sp.gov.br/


ENSINO MÉDIO - 3ª SÉRIE

MATEMÁTICA
A) Representar, por meio de funções, relações de proporcionalidade direta, inversa e direta com o quadrado. (GIII) (questão 13)
B) Representar diferentes fenômenos por meio de funções. (questões 1, 2)
C) Resolver problemas que envolvam equação do 2º grau (questão 14)
D) Expressar fenômenos diversos por meio de gráficos.(questões 4, 5)
E) Identificar fenômenos que envolvem crescimento ou decrescimento de funções lineares representadas por gráficos. (questão 9)

LÍNGUA PORTUGUESA

A- Reconhecer o efeito de sentido produzido pela exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos (usos dos porquês, reformulação, paráfrase, clichê ou chavão, orações subordinadas). (questões 3, 8)
B-Reconhecer a presença de valores culturais e/ou sociais e/ou humanos em contextos literários. (questões 4, 11)
C-  Relacionar textos literários e o momento de sua produção, considerando os contextos histórico, social e político (Romantismo, Parnasianismo e Modernismo) (questão 6)
D- Reconhecer efeitos de ironia e/ou humor em textos de diferentes gêneros (reformulação, paródia, estilização). (questão 12)
E- Inferir tema ou assunto principal de um texto, estabelecendo relações entre informações pressupostas ou subentendidas. (GIII) (questão 2)

* Atividade: Escolher uma destas habilidades e elaborar plano de aula, para trabalhar no quarto bimestre: 2ª Semana de Novembro.

3- Prática Exitosa com a professora Ana Paula Costa - Ciclos de Seminários de Sociologia.

4- Avaliação: Instrumentos

Lista de Verificação da Comunicação

Verificação
                    Exemplos
Ouvindo Atentamente
1.    Utilizo diferentes estratégias  para ouvir atentamente, dependendo da situação.
     
2.    Utilizo diferentes estratégias  para ouvir atentamente,  a fim de interpretar as informações.
     
3.     Tento manter a concentração.
     
4.     Procuro compreender melhor as informações e ideias através de desenhos, organizadores gráficos e anotações.
     
5.    Focalizo meu olhar no  professor ou palestrante.
     
Discussão
6.     Ao tentar prestar a atenção:    faço anotações, respondo a perguntas quando solicitado, interrompo quando  tenho dúvidas, faço observações  em relação ao assunto e  peço explicações.
     
7.    Faço perguntas inquisitivas para  aprender  mais  sobre determinado assunto  e avaliar outros  pontos de vista.
     
8.    Respondo com atenção utilizando detalhes, exemplos e fatos.
     
9.    Faço perguntas de esclarecimento.
     
10. Explico a informação.
     
11. Utilizo a linguagem que é adequada à situação.
     
12.  Procuro encorajar meus colegas, ajudando-os sempre que possível.  
     
13.  Tento trocar idéias com os colegas e professores.
     




Verificação
                   Exemplos
14. Opto por uma linguagem que respeite os sentimentos e direitos dos outros.
     
15. Adapto a linguagem de acordo com a situação, dependendo do objetivo, papel, ou idade das pessoas com quem estou me comunicando.
     
  1.  Procuro respeitar as ideias dos outros.
     
17.  Durante as discussões, muitas vezes, tento convencer algum colega das minhas idéias, corrigir ou discordar de alguém.  
     
18. Deixo que os outros falem sem interrompê-los.
     
19. Revezo.
     
20. Dou exemplos, faço ilustrações ou elaborações para esclarecer conceitos, quando percebo que os membros do grupo têm dúvidas.
     
21. Respondo aos sinais diretos e indiretos de que os outros precisam de esclarecimentos, por meio de interpretar o tom de voz e linguagem corporal.
     
22. Presto atenção ao tempo de pausa, ritmo, volume, intensidade e linguagem corporal dos outros interlocutores.
     
Pequeno Grupo de Trabalho
23. Apóio o progresso do grupo, sugerindo soluções e verificando a compreensão do grupo através de apresentação de ideias, resolução de problemas, comprometimento, e  tentando chegar a um consenso.
     
24. Às vezes, rejeito as sugestões de outros, mas de forma educada.
     
25. Solicito   sugestões  dos colegas.
     
26. Avalio minhas  ações e tento  ajudar  o grupo.
     
27.  Faço comentários  e emito opiniões. Eu faço perguntas tais como: O que você acha? Como você faria isso? Você concorda com isso?
     
Apresentação Oral
28. Seleciono as informações  que considero mais interessantes para  apresentar à platéia.
     
29.  Tento ajudar o público a compreender o que estou apresentando.
     
30. Utilizo  imagens, exemplos, anedotas, ou  experimentos para  incrementar minhas apresentações.
     
31. Utilizo a tecnologia digital, recursos visuais, equipamentos, acessórios, objetos, ou desenhos para  apresentar minhas descobertas.
     
32.  Ao apresentar, procuro chamar a atenção do público.
     
33. Adoto uma boa postura, faço uso de expressão corporal e gestos para valorizar e enfatizar a mensagem Quando apresento minhas idéias, tento ter uma boa postura diante do público..
     
34.  Tento falar de forma adequada para a platéia.
     
35.  Ajo de forma diferente dependendo do público (colegas, amigos ou professores).
     


Verificação
                   Exemplos
36.   uso   anotações e  esquemas para facilitar minha apresentação.
     




Para mais informações sobre avaliações e exemplos de avaliações, visite 

 Observação: É importante levar em consideração que as listas de verificação são apenas sugestões de itens a serem avaliados. O professor deve analisá-las e adaptá-las segundo sua própria realidade, considerando a faixa etária, a etapa de escolaridade e a experiência dos alunos.

5- Multiplicação das OTS sobre Prevenção e Meio Ambiente com a professora Eleni Braga. 










Nenhum comentário:

Postar um comentário