ATPC - 18 e 19 de outubro/2016
1- LEITURA FORMATIVA
Felicidade Clandestina In Felicidade Clandestina. Rio de Janeiro, Rocco, 1998.
CLARICE LISPECTOR
Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha
um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os
dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora
de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.
Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um
livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de
paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia
com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”.
Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com
barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias,
altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia
de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe
emprestados os livros que ela não lia.
Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim um tortura chinesa.
Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.
Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o,
dormindo-o. E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no
dia seguinte e que ela o emprestaria.
Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia, nadava
devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.
No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu,
e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia
emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí
devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar
pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me
a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o
amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.
Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranqüilo
e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo.
Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte.
Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir
com meu coração batendo.
E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o
fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para
eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me
fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.
Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia:
pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a
outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos
espantados.
Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua
recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à
porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de
palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar
entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa
exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!
E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta
horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha
desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que,
finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo.
E para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me
dar o livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a
ousadia de querer.
Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que
eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar.
Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo
levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.
Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o
ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa,
adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o,
abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era
a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como
demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.
Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em
êxtase puríssimo.
Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.
2- FOCO APRENDIZAGEM -
A- Resolver problemas aplicando as relações métricas do triângulo retângulo. (questões 9,11,12)
B- Identificar a correspondência entre ângulos congruentes de dois triângulos semelhantes. (questão 6)
C- Resolver problemas envolvendo semelhança de triângulos. (questões 7, 8)
D- Identificar a razão de semelhança entre duas figuras planas. (questão 3)
E- Identificar a existência ou não existência de semelhanças entre duas figuras planas. (Questão 1)
do autor e argumentos. (questão 2)
B-Reconhecer aspectos linguísticos (preposição, conjunção) em funcionamento em um texto (instrucional, argumentativo, informativo, imagético, de opinião).(questões 3, 5, 9, 10)
C- Reconhecer aspectos linguísticos do uso da crase em funcionamento no texto.(Questão 4)
D-Estabelecer, em um texto (argumentativo, de opinião), relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la. (questão 7)
http://focoaprendizagem.educacao.sp.gov.br/
LÍNGUA PORTUGUESA
Lista de Verificação da Comunicação
Observação: É importante levar em
consideração que as listas de verificação são apenas sugestões de itens a serem
avaliados. O professor deve analisá-las e adaptá-las segundo sua própria
realidade, considerando a faixa etária, a etapa de escolaridade e a experiência
dos alunos.
5- Multiplicação das OTS sobre Prevenção e Meio Ambiente com a professora Eleni Braga.
2- FOCO APRENDIZAGEM -
3º Bimestre
Habilidades em Defasagem
9ºS ANOS
MATEMÁTICA
A- Resolver problemas aplicando as relações métricas do triângulo retângulo. (questões 9,11,12)
B- Identificar a correspondência entre ângulos congruentes de dois triângulos semelhantes. (questão 6)
C- Resolver problemas envolvendo semelhança de triângulos. (questões 7, 8)
D- Identificar a razão de semelhança entre duas figuras planas. (questão 3)
E- Identificar a existência ou não existência de semelhanças entre duas figuras planas. (Questão 1)
LÍNGUA PORTUGUESA
A-Identificar elementos constitutivos de sequências argumentativas: questão polêmica, posição do autor e argumentos. (questão 2)
B-Reconhecer aspectos linguísticos (preposição, conjunção) em funcionamento em um texto (instrucional, argumentativo, informativo, imagético, de opinião).(questões 3, 5, 9, 10)
C- Reconhecer aspectos linguísticos do uso da crase em funcionamento no texto.(Questão 4)
D-Estabelecer, em um texto (argumentativo, de opinião), relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la. (questão 7)
http://focoaprendizagem.educacao.sp.gov.br/
ENSINO MÉDIO - 3ª SÉRIE
MATEMÁTICA
A) Representar, por meio de funções, relações de proporcionalidade direta, inversa e direta com o quadrado. (GIII) (questão 13)
B) Representar diferentes fenômenos por meio de funções. (questões 1, 2)
C) Resolver problemas que envolvam equação do 2º grau (questão 14)
D) Expressar fenômenos diversos por meio de gráficos.(questões 4, 5)
E) Identificar fenômenos que envolvem crescimento ou decrescimento de funções lineares representadas por gráficos. (questão 9)
LÍNGUA PORTUGUESA
A- Reconhecer o efeito de sentido produzido pela exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos (usos dos porquês, reformulação, paráfrase, clichê ou chavão, orações subordinadas). (questões 3, 8)
B-Reconhecer a presença de valores culturais e/ou sociais e/ou humanos em contextos literários. (questões 4, 11)
C- Relacionar textos literários e o momento de sua produção, considerando os contextos histórico, social e político (Romantismo, Parnasianismo e Modernismo) (questão 6)
D- Reconhecer efeitos de ironia e/ou humor em textos de diferentes gêneros (reformulação, paródia, estilização). (questão 12)
E- Inferir tema ou assunto principal de um texto, estabelecendo relações entre informações pressupostas ou subentendidas. (GIII) (questão 2)
* Atividade: Escolher uma destas habilidades e elaborar plano de aula, para trabalhar no quarto bimestre: 2ª Semana de Novembro.
3- Prática Exitosa com a professora Ana Paula Costa - Ciclos de Seminários de Sociologia.
4- Avaliação: Instrumentos
Lista de Verificação da Comunicação
Verificação
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Exemplos
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Ouvindo Atentamente
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1. Utilizo diferentes estratégias para ouvir atentamente, dependendo da situação.
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2. Utilizo diferentes estratégias para ouvir atentamente, a fim de interpretar as informações.
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3. Tento manter a concentração.
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4. Procuro compreender melhor as informações
e ideias através de desenhos, organizadores gráficos e anotações.
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5. Focalizo meu olhar no professor
ou palestrante.
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Discussão
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6. Ao tentar prestar a atenção: faço anotações, respondo a perguntas quando solicitado,
interrompo quando tenho dúvidas, faço observações
em relação ao assunto e peço explicações.
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7. Faço perguntas inquisitivas para aprender mais sobre determinado assunto e avaliar outros pontos de vista.
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8. Respondo com atenção utilizando detalhes, exemplos e fatos.
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9. Faço perguntas de esclarecimento.
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10. Explico a informação.
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11. Utilizo a linguagem que é adequada à situação.
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12. Procuro encorajar meus colegas,
ajudando-os sempre que possível.
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13. Tento trocar idéias com os
colegas e professores.
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Verificação
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Exemplos
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14. Opto por uma linguagem que respeite os sentimentos e direitos dos
outros.
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15. Adapto a linguagem de acordo com a situação, dependendo do objetivo,
papel, ou idade das pessoas com quem estou me comunicando.
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17. Durante as discussões, muitas
vezes, tento convencer algum colega das minhas idéias, corrigir ou discordar
de alguém.
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18. Deixo que os outros falem sem interrompê-los.
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19. Revezo.
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20. Dou exemplos, faço ilustrações ou elaborações para esclarecer
conceitos, quando percebo que os membros do grupo têm dúvidas.
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21. Respondo aos sinais diretos e indiretos de que os outros precisam de
esclarecimentos, por meio de interpretar o tom de voz e linguagem corporal.
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22. Presto atenção ao tempo de pausa, ritmo, volume, intensidade e
linguagem corporal dos outros interlocutores.
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Pequeno Grupo de Trabalho
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23. Apóio o progresso do grupo, sugerindo soluções e verificando a
compreensão do grupo através de apresentação de ideias, resolução de
problemas, comprometimento, e tentando
chegar a um consenso.
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24. Às vezes, rejeito as sugestões de outros, mas de forma educada.
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25. Solicito sugestões
dos colegas.
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26. Avalio minhas ações e tento ajudar o grupo.
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27. Faço comentários e emito opiniões. Eu faço perguntas tais como:
O que você acha? Como você faria isso? Você concorda com isso?
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Apresentação Oral
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28. Seleciono as informações que
considero mais interessantes para apresentar à platéia.
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29. Tento ajudar o público a
compreender o que estou apresentando.
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30. Utilizo imagens, exemplos, anedotas,
ou experimentos para incrementar minhas apresentações.
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31. Utilizo a tecnologia digital, recursos visuais, equipamentos,
acessórios, objetos, ou desenhos para apresentar minhas descobertas.
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32. Ao apresentar, procuro chamar a
atenção do público.
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33. Adoto uma boa postura, faço uso de expressão corporal e gestos para
valorizar e enfatizar a mensagem Quando apresento minhas idéias, tento ter
uma boa postura diante do público..
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34. Tento falar de forma adequada
para a platéia.
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35. Ajo de forma diferente
dependendo do público (colegas, amigos ou professores).
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Verificação
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Exemplos
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36. uso anotações e esquemas para facilitar minha apresentação.
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Para mais
informações sobre avaliações e exemplos de avaliações, visite
5- Multiplicação das OTS sobre Prevenção e Meio Ambiente com a professora Eleni Braga.

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