sexta-feira, 11 de abril de 2014

GUIA DE  FLEXIBILIZAÇÃO
Revista Nova Escola

Para flexibilizar o conteúdo, você precisa sondar o que o aluno já sabe, adaptar o que for necessário e fazer uma boa avaliação. Abaixo, veja a descrição de cada uma dessas etapas.

1º Diagnosticar
Lembre-se de que, para construir novos conhecimentos, o estudante precisa contar com um ponto de partida, isto é, com algum conhecimento já construído por ele e que esteja relacionado ao conteúdo estudado no momento. Por meio de uma sondagem (um diagnóstico inicial) descubra o que ele já sabe e verifique como pode contribuir com o coletivo. Tire o foco do diagnóstico médico e proponha situações desafiadoras para descobrir até onde o aluno pode chegar. Os laudos médicos são importantes para que conheçamos algumas características que costumam estar presentes em alunos com alguns tipos de deficiência, mas não contribuem para planejar o dia a dia em sala de aula.
É muito comum, sobretudo nos casos de alunos que apresentam algum tipo de deficiência intelectual, que a preocupação seja sobre o que “está faltando”, sobre aquilo que ele não sabe, mas isso raramente ajuda. Em vez de olhar para as dificuldades, foque nas possibilidades de aprendizagem. Você pode propor uma atividade diagnóstica específica e, no dia a dia, manter o olhar atento sobre o que o aluno conhece, qual a sua participação em projetos e trabalhos em grupo e em todas as atividades cotidianas. (...)

2º Adaptar (ou flexibilizar)
Lembre sempre que as atividades são planejadas com base no contexto da sala de aula. Em algumas situações de adaptação curricular, é necessário transformar apenas os objetivos das sequências didáticas. Em outros casos, você deverá flexibilizar os meios para realizar certas atividades, lançando mão de mais recursos sonoros, visuais ou táteis, por exemplo. (...)
O currículo deve ser adaptado ou personalizado se o professor, junto à equipe pedagógica da escola, reconhecer a necessidade de o aluno contar com intervenções que se diferenciam de forma significativa das aplicadas ao resto da classe. Todos os alunos precisam aprender e construir procedimentos e posturas condizentes com a condição de estudantes. Portanto, nada de deixar seu aluno com deficiência como “café com leite” da turma.
Para exemplificar, listamos algumas orientações gerais de flexibilização para casos de deficiência intelectual, física, visual e auditiva. Veja:
Deficiência Intelectual: cada um destes alunos é único.  Por isso, é preciso conhecer os pontos fracos e fortes dessa criança para fazê-la avançar pelos meios mais adequados. É comum que estes estudantes tenham dificuldades com conteúdos abstratos.
Contextualizar as atividades e os conteúdos com situações do cotidiano podem ajudá-la a aprender. Outra sugestão é flexibilizar o tempo de realização da atividade conforme o ritmo da criança e repetindo as etapas sempre que for preciso. Isso não quer dizer que daremos a eles “todo o tempo do mundo”, pois, assim como os demais, esses alunos precisam ser desafiados a fazer as atividades em um tempo cada vez mais curto.
Deficiência Física: se o seu aluno possui deficiência física nos membros superiores, ofereça a ele pranchetas com apoios para que tenha firmeza ao escrever. Os lápis e canetas também devem estar envoltos em espuma, para que não escorreguem. Se houver limitação nos membros inferiores, este não é um motivo para excluir o aluno das aulas de Educação Física. Eles podem participar jogando com as mãos e você pode adaptar algumas modalidades para que todos joguem nas mesmas condições.
Deficiência Visual: em parceria com o AEE, ofereça registros escritos em braile ao aluno cego. Deixe que ele grave as aulas e, se tiver uma máquina braile, respeite o tempo de escrita desta criança (que pode ser maior que o dos colegas). Providencie, ainda, estímulos táteis, auditivos e olfativos, para que a criança consiga perceber texturas, formas e aromas.
Deficiência Auditiva: ter um intérprete de Libras na escola é um direito. Mas, se a sua escola ainda não contar com a ajuda deste profissional, não desista. Abuse dos estímulos visuais e táteis, ofereça bons registros escritos e em imagens e ajude o seu aluno no dia a dia. Proponha que ele sente nas carteiras da frente e procure falar olhando para o aluno, caso ele seja capaz de fazer a leitura orofacial.

3º Avaliar
Determine metas, intervenções e objetivos de aprendizagem específicos para os alunos que apresentam algum tipo de deficiência.  Consequentemente, a avaliação desses estudantes vai refletir as adaptações que você fez para ensinar, já que a avaliação é sempre pautada no que já foi dado em sala de aula.
É fundamental considerar que, se a classe inteira está fazendo uma prova, esse aluno também deverá ser submetido à situação de avaliação que, obviamente, deverá ser construída a partir do que foi trabalhado com ele. Conte com vários instrumentos de avaliação e selecione aqueles que proporcionem maior número e qualidade de informações acerca do desempenho. É sempre bom lembrar que os alunos com deficiência precisam passar pelos momentos avaliação ao mesmo tempo que os colegas. Podemos dizer que este é um princípio importantíssimo para seu processo de inclusão efetivo.
Ainda que a classe esteja trabalhando na área de Matemática com as frações, por exemplo, e ele com os cálculos simples, o aluno deve ser submetido à prova que aborda estes cálculos, deve ser orientado para estudar, e sua prova deve ser montada como as outras. Detalhes como cabeçalho idêntico ao da prova regular, sistema de avaliação (notas ou conceitos) e correção/devolução no mesmo dia e na mesma hora do grupo, são importantíssimos.
A observação do aluno em momentos de aprendizagem ou de atuação coletiva é mais um instrumento bastante valioso e oferece a possibilidade de avaliar outros tópicos, que não os avaliados em uma prova, ou outra situação formal de aprendizagem. Assim, todos os instrumentos são importantes, mas nenhum deles substitui outro.
Não se esqueça de fazer bons registros de todas as atividades realizadas com a turma e de guardar as produções dos alunos. Isso vai ajudá-lo a traçar um panorama de aprendizagem e focar, no planejamento, os pontos em que o aluno ainda precisa avançar. Você também deve criar relatórios periódicos com as análises quantitativa e qualitativa do desempenho dos alunos e utilizar esses dados no momento de replanejar as aulas ou de repensar algumas atividades.

Checklist: sete passos para  flexibilizar suas aulas
Guia de Flexibilização NOVA ESCOLA
Veja abaixo o que não pode faltar na hora de adaptar o conteúdo para alunos com necessidades        educacionais especiais:
Conheça o estudante, descubra o que ele já sabe e até onde pode ir.
Planeje como ensinar de modo que ele aprenda e se sinta parte do grupo.
Considere as habilidades do estudante e quais potencialidades ele pode desenvolver ao longo da vida escolar.
Busque o apoio dos gestores da escola.
Realize uma parceria com o profissional do atendimento educacional especializado (AEE).
Busque mais informações sobre a deficiência do aluno e adaptação em materiais de formação, livros e        noGuia de Flexibilização NOVA ESCOLA

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Novos Projetos da Escola



"A ÁFRICA, SUA MULTIPLICIDADE E A NOSSA RELAÇÃO CULTURAL ”

Elaborado pela professora Silvana Martins dos Santos. 

Justificativa: Em virtude da lei 10.633, que torna obrigatório o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, nas diferentes modalidades de ensino, este projeto visa cumprir uma carência dos materiais, ainda despreparados para lidar com o tema.

Objetivos:
  • Desmistificar os conceitos de inferioridade da cultura africana;
  • Entender a visão de mundo africana e seus elementos naturais;
  • Relacionar os elementos culturais africanos e compreendê-los como formadores do      povo brasileiro;
  • Devolver à população de matriz africana a dignidade e o conhecimento da        ancestralidade do povo africano;
  • Perceber o Brasil como país múltiplo com características singulares e influência de  vários povos além dos europeus.
Responsáveis: Professores coordenadores, professores da Área de Ciências Humanas, Códigos e Linguagens, Matemática.

Público Alvo: Alunos do Ensino Fundamental e Médio.
Procedimentos Metodológicos: Através do trabalho com mídia impressa e digital, tentar perceber a imagem do negro no Brasil e no mundo; analisada esta primeira etapa, buscar conhecimentos sobre países africanos, o significado de suas bandeiras e os processos de colonização e libertação dessas colônias para compreender como eram esses países antes do processo de diáspora africana. Após esses entendimentos iniciais, o professor de cada disciplina deverá trabalhar especificamente com temas específicos:
Educação Física: Dança, capoeira, alimentação;
Geografia: Vegetação, animais e bandeiras africanas, produção de mapas;
Língua Portuguesa: Mitos e leitura de livros, estética de escritores com elementos afro brasileiros e africanos em seus textos, gêneros  textuais, resumos relato pessoal e poemas.
Inglês: Africanidades nos países de língua inglesa e africanos que falem o idioma inglês;
Matemática: Formas geométricas e a relação com a pintura das casas dos povos Zulus na África do Sul;
Ciências e Biologia: Adaptações climáticas, conceito de etnias e a teoria do surgimento  da vida no continente africano;
História: A África antes e depois da escravidão; alguns movimentos negros como o pan-africanismo, negritude, renascença do Harlen, revolução haitiana e outros;
Arte: Máscaras africanas e artes africanas.

O projeto terá como resultado um álbum de fotografia com fotos, mapas, gráficos, textos referentes ao aprendizado sobre o continente africano e suas influências na formação do povo brasileiro.
Cronograma: De Agosto a Novembro de 2014.

Avaliação: O professor deve observar a participação efetiva do aluno, na realização das atividades. Além disso, será também avaliado o produto final (o álbum de fotografia). Os professores deverão estabelecer os critérios, para essa avaliação, procurando a objetividade. 

"EDUCAR PARA CONSUMIR"

Justificativa
Este projeto visa formar cidadãos mais conscientes sobre o consumo, uma vez que o modo de vida incentivado pelas corporações empresariais vem resultando na destruição do planeta e coisificação do ser humano. Por isso, é importante que a escola assuma seu papel de formadora de homens que pensem e tomem as decisões mais sábias para a solução dos problemas advindos de um estilo de viver, que, em última instância, objetiva apenas o lucro. 

Tem parceria com a Fundação ProCon e a Diretoria de Ensino de Americana que, com material e orientação técnica, auxiliam os educadores a desenvolver  as mais pertinentes situações de aprendizagem para a execução dos trabalhos. Segundo a Fundação ProCon   estimular os educadores a tratar o tema consumo consciente e responsável, é um primeiro passo para despertar, nos alunos, uma atitude de atenção constante frente aos variados fatores das relações de consumo que estabelecem no seu cotidiano.

Objetivos:Será foco deste projeto o desenvolvimento, em médio prazo, das seguintes competências: a consciência crítica, no momento de consumir; a capacidade de distinguir necessidade de desejo; o ato de consumo como ação segura e consciente, com responsabilidade social e ambiental, que exige, inclusive, o respeito aos direitos coletivos. A curto prazo, os alunos deverão:
  • Avaliar os danos causados pelo consumismo ao meio ambiente e proposta de solução para o problema.
  • Compreender os impactos ambientais causados pela extração de matéria-prima.
  • Compreender as mudanças histórias dos meios de comunicação e sua influência nas decisões de compra.
  • Entender como o uso de certos tipos de energia degradam o meio ambiente.
  • Pesquisar fontes de energia alternativa.
  • Perceber outras formas de organização social e econômica das sociedades de consumo.
  • Caracterizar a sociedade em que vivemos, quanto a produção e consumo de produtos e serviços.
  • Criar cidades onde o consumo seja mais racional.
  • Analisar campanhas publicitárias, a retórica, os recursos verbais e não verbais.
  • Expressar sentimentos por meio de vídeos e textos escritos sobre o consumismo.
  • Escrever relatórios das aulas com registro fotográfico.
Responsáveis
Coordenadores e Professores.

Público Alvo
Alunos do Ensino Fundamental e Médio

Procedimentos Metodológicos
Atividades (sugeridas no Manual do Multiplicador – Fundação ProCon-SP):
      Geografia
Tema: Consumo e meio ambiente
Atividade: Fazer um levantamento sobre quais são os hábitos de consumo dos alunos e qual o impacto que isso representa ao meio ambiente: desde a extração de matéria-prima para a sua fabricação até o descarte de resíduos. Os alunos devem propor soluções para os problemas gerados ao ambiente natural.
Público-alvo: Alunos do Ensino Fundamental (9º ano) e do Médio (3º ano)
Tema: Consumismo – o meio ambiente e as grandes paisagens naturais da Terra
Atividade: Relacionar a degradação do meio ambiente com o consumismo. Solicitar aos alunos que observem com que tipo de matéria-prima é feito determinado produto de uso diário (como roupas e material escolar) e qual impacto sua extração gera ao meio ambiente.
Público-alvo: Alunos do Ensino Fundamental (9º ano) e do Médio (3º ano)
       História
Tema: Sociedade Tecnológica: Compras pela Internet
Atividade: Pesquisar sobre a influência da internet nas nossas decisões de compra. Verificar com os alunos se eles ou sua família fazem compras pela internet. Discutir sobre a evolução da velocidade das comunicações e dos transportes ao longo da história e suas influências nas compras.
Público-alvo: Alunos do Ensino Fundamental (9º ano) e do Médio (3º ano)
      Ciências
Tema: Consumo Consciente
Atividade: Solicitar aos alunos que façam um levantamento sobre os tipos de energia que utilizam diariamente. Pesquisar a relação do uso dessas energias coma degradação do meio ambiente. Quais são as fontes de energia alternativas que existem e quais já podemos optar por utilizar em nosso cotidiano.
Público-alvo: Alunos do Ensino Fundamental (9º ano) e do Médio (3º ano)
     Filosofia e Sociologia
Tema: Sociedade de Consumo
Atividade: Dividir a sala em grupo, solicitando uma pesquisa para cada um sobre: sociedades onde há trocas de mercadorias; sociedades autossuficientes – que produzem o que consomem-; as características da sociedade em que vivemos, quanto a produção e consumo de produtos e serviços.
Solicitar que cada grupo exponha o que foi pesquisado. Ao final, os alunos devem apresentar uma proposta de uma nova sociedade, posterior à nossa.
Público-alvo: Alunos do Ensino Fundamental (9º ano) e do Médio (3º ano)
     Língua Portuguesa e Arte
Tema: A linguagem da propaganda e sua influência nos hábitos de consumo
Atividade: Propor a análise de campanhas publicitárias – os recursos linguísticos, o que é literal e o que está subentendido por meio de imagens e sons. É possível verificar códigos verbais e não verbais, nas publicidades impressas e veiculadas pela TV. A proposta é levar o aluno a perceber e refletir sobre os apelos sensoriais desse tipo de mensagem.
Solicitar aos alunos que produzam uma música ou um vídeo, mostrando o que sentiram ao comprar algo que desejavam muito, incentivados pela propaganda e, também um outro descrevendo o oposto, isto é, o que sentem quando não conseguem comprar algo que desejam.

Público-alvo: Alunos do Ensino Fundamental (9º ano) e do Médio (3º ano)

Cronograma: Este projeto terá início no primeiro semestre de 2014.

Avaliação: É esta um processo contínuo, que existe desde o instante em que nasce um projeto até o dia em que seus efeitos e resultados são analisados. Articulado ao currículo, este mesmo projeto será integrado ao planejamento escolar e desenvolvido a partir das avaliações diagnósticas, com o fim último de possibilitar aos educadores a construção de metodologias que encaminhem a aprendizagem significativa. Neste caso, os professores poderão encaminhar os seguintes instrumentos de avaliação:

1-Relatórios das aulas com registro fotográfico.
2-Listas de presença e relatórios de frequência dos alunos.
3-Relatório de avaliação do projeto, elaborado pelos alunos.
4-Relatórios de avaliação elaborados pelos educadores do projeto.
5-Os professores deverão estabelecer previamente os critérios para avaliação dos
trabalhos produzidos pelos alunos, considerando: 
a-Conhecimentos construídos por meio de textos elaborados, em sala de aula.
b-Conhecimentos construídos pela leitura de campanhas publicitárias.
c-Compreensão do tema estudado por meio da produção de vídeos e textos escritos.
d-Emprego de imagens e outros recursos para a construção da coerência e coesão. 



Olá, professores: Este texto é para refletir.

Aprendendo a pensar - Stephen Kanitz

A maioria das aulas que tive foi expositiva. Um professor, normalmente mal pago e por isso mal-humorado, falava horas a fio, andando para lá e para cá. Parecia mais preocupado em lembrar a ordem exata de suas idéias do que em observar se estávamos entendendo o assunto ou não.
Ensinavam as capitais do mundo, o nome dos ossos, dos elementos químicos, como calcular o ângulo de um triângulo e muitas outras informações que nunca usei na vida. Nossa obrigação era anotar o que o professor dizia e na prova final tínhamos de repetir o que havia sido dito.

A prova final de uma escola brasileira perguntava recentemente se o país ao norte do Uzbequistão era o Cazaquistão ou o Tadjiquistão. Perguntava também o número de prótons do ferro. E ai de quem não soubesse todos os afluentes do Amazonas. Aprendi poucas coisas que uso até hoje. Teriam sido mais úteis aulas de culinária, nutrição e primeiros socorros do que latim, trigonometria e teoria dos conjuntos.

Curiosamente não ensinamos nossos jovens a pensar. Gastamos horas e horas ensinando como os outros pensam ou como os outros solucionaram os problemas de sua época, mas não ensinamos nossos filhos a resolver os próprios problemas.

Ensinamos como Keynes, Kaldor e Kalecki, economistas já falecidos, acharam soluções para um mundo sem computador nem internet. De tanto ensinar como os outros pensavam, quando aparece um problema novo no Brasil buscamos respostas antigas criadas no exterior. Nossos economistas implantaram no Brasil uma teoria americana de "inflation targeting", como se os americanos fossem os grandes especialistas em inflação, e não nós, com os quarenta anos de experiência que temos. Deu no que está aí.

De tanto estudar o que intelectuais estrangeiros pensam, não aprendemos a pensar. Pior, não acreditamos nos poucos brasileiros que pensam e pesquisam a realidade brasileira nem os ouvimos. Especialmente se eles ainda estiverem vivos. É sandice acreditar que intelectuais já mortos, que pensaram e resolveram os problemas de sua época, solucionarão problemas de hoje, que nem sequer imaginaram. Raramente ensinamos os nossos filhos a resolver problemas, a não ser algumas questões de matemática, que normalmente devem ser respondidas exatamente da forma e na seqüência que o professor quer.

Matemática, estatística, exposição de idéias e português obviamente são conhecimentos necessários, mas eu classificaria essas matérias como ferramentas para a solução de problemas, ferramentas que ajudam a pensar. Ou seja, elas são um meio, e não o objetivo do ensino. Considerar que o aluno está formado, simplesmente por ele ter sido capaz de repetir os feitos intelectuais das velhas gerações, é fugir da realidade.

Num mundo em que se fala de "mudanças constantes", em que "nada será o mesmo", em que o volume de informações "dobra a cada dezoito meses", fica óbvio que ensinar fatos e teorias do passado se torna inútil e até contraproducente. No dia em que os alunos se formarem, mais de dois terços do que aprenderam estarão obsoletos. Sempre teremos problemas novos pela frente. Como iremos enfrentá-los depois de formados? Isso ninguém ensina.

Existem dezenas de cursos revolucionários que ensinam a pensar, mas que poucas escolas estão utilizando. São cursos que analisam problemas, incentivam a observação de dados originais e a discussão de alternativas, mas são poucas as escolas ou os professores no Brasil treinados nesse método do estudo de caso.

Talvez por isso o Brasil não resolva seus inúmeros problemas. Talvez por isso estejamos acumulando problema após problema sem conseguir achar uma solução.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Educação Especial

Assista aos vídeos, leia os textos e poste seus comentários. Participe. 

A Política Nacional de Educação Inclusiva
UNIVESPTV



Educação Especial - Vídeo produzido pelo MEC.



Deficiência intelectual: o que é?
revistaescola.abril.com.br

Pessoas com deficiência intelectual ou cognitiva costumam apresentar dificuldades para resolver problemas, compreender ideias abstratas (como as metáforas, a noção de tempo e os valores monetários), estabelecer relações sociais, compreender e obedecer a regras, e realizar atividades cotidianas - como, por exemplo, as ações de autocuidado.

A capacidade de argumentação desses alunos também pode ser afetada e precisa ser devidamente estimulada para facilitar o processo de inclusão e fazer com que a pessoa adquira independência em suas relações com o mundo.

O Instituto Inclusão Brasil estima que 87% das crianças brasileiras com algum tipo de deficiência intelectual têm mais dificuldades na aprendizagem escolar e na aquisição de novas competências, se comparadas a crianças sem deficiência. Mesmo assim, é possível que a grande maioria alcance certa independência ao longo do seu desenvolvimento. Apenas os 13% restantes, com comprometimentos mais severos, vão depender de atendimento especial por toda a vida.

Como lidar com alunos com deficiência intelectual na escola?

Segundo a psicopedagoga especialista em Inclusão, Daniela Alonso, as limitações impostas pela deficiência dependem muito do desenvolvimento do indivíduo nas relações sociais e de seus aprendizados, variando bastante de uma criança para outra.

Em geral, a deficiência intelectual traz mais dificuldades para que a criança interprete conteúdos abstratos. Isso exige estratégias diferenciadas por parte do professor, que diversifica os modos de exposição nas aulas, relacionando os conteúdos curriculares a situações do cotidiano, e mostra exemplos concretos para ilustrar ideias mais complexas.

Para a especialista, o professor é capaz de identificar rapidamente o que o aluno não é capaz de fazer. O melhor caminho para se trabalhar, no entanto, é identificar as competências e habilidades que a criança tem. Propor atividades paralelas com conteúdos mais simples ou diferentes, não caracteriza uma situação de inclusão. É preciso redimensionar o conteúdo com relação às formas de exposição, flexibilizar o tempo para a realização das atividades e usar estratégias diversificadas, como a ajuda dos colegas de sala - o que também contribui para a integração e para a socialização do aluno.

Em sala, também é importante a mediação do adulto no que diz respeito à organização da rotina. Falar para o aluno com deficiência intelectual, previamente, o que será necessário para realizar determinada tarefa e quais etapas devem ser seguidas é fundamental.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Olá, professores do Ary. Iniciando a semana, aqui vão algumas dicas sobre o emprego de blogs, na sala de aula. 


Essas páginas da internet podem se tornar recursos pedagógicos valiosos para o desenvolvimento de habilidades como compartilhamento de experiências, ampliação de conhecimentos, busca, em conjunto, de solução de problemas, criação de textos, respeito à opinião alheia, etc..  


Do blog, jarbas.wordpress.com, aqui estão as dicas:

Você pode iniciar um blog da classe para …
  • Postar mensagens sobre informações úteis tais como calendário, agenda de eventos, tarefas de casa e etc.Postar tarefas baseadas na leitura de referências recomendadas, e solicitar aos alunos que respondam em seus próprios blogs, criando um tipo de portfólio de seus trabalhos.
  • Fornecer exemplos de trabalho em sala de aula, de atividades de vocabulário, ou de jogos gramaticais.
  • Fornecer exercícios de leitura on line para que seus alunos leiam e “reajam”.
  • Reunir e organizar recursos da Internet para cursos específicos, fornecendo links para sites apropriados assim como informações sobre sua relevância.
  • Postar fotos e comentários sobre atividades em classe.
  • Convidar os alunos a comentarem ou postarem mensagens sobre determinados assuntos com o objetivo de lhes dar “voz” por meio da escrita.
  • Publicar bons exemplos de redações dos alunos.
  • Expor produtos de arte, poesia e histórias criativas dos alunos.
  • Criar um site de ensino dinâmico, postando não somente assuntos relacionados com atividades da classe, mas também atividades, tópicos de discussão, links com informação adicional, informação sobre tópicos que os alunos estão estudando, leituras para inspirar a aprendizagem.
  • Criar círculos de literatura.
  • Criar clubes do livro on line.
  • Fazer uso do comentário para que os alunos publiquem mensagens sobre tópicos utilizados no desenvolvimento de habilidades linguísticas.
  • Solicitar aos alunos que criem seus próprios blogs individuais do curso, onde postarão suas próprias idéias, reações e trabalhos escritos.
  • Postar tarefas para levar em frente aprendizagens baseadas em projetos.
  • Editar jornais de classe, usando artigos escritos por alunos, assim como fotos que eles possam ter produzido.
  • Ligar sua classe com outra classe em qualquer lugar do mundo.
Você pode encorajar seus alunos (seja em seu blog, seja por encorajamento via comentários nos blogs individuais deles) a publicarem: 
  • Suas reações a questões intelectualmente instigantes.
  • Suas reações a fotos que você tenha postado.
  • Diários pessoais.
  • Resultados de investigações que eles tenham realizado sobre um tópico do programa.
  • Suas ideias e opiniões sobre tópicos discutidos em classe.
Você pode incentivar seus alunos a criarem blogs para:
  • Completar tarefas de redação.
  • Aprender sobre blogs.
  • Criar um portfólio sobre sua produção escrita.
  • Expressar suas opiniões a respeito de tópicos que estão estudando.
  • Escrever comentários, opiniões, ou questões sobre o noticiário dos jornais ou assuntos de interesse pessoal.
  • Discutir atividades e dizer o que pensam sobre elas (Você, professor, pode aprender muito com isso!).
  • Escrever sobre tópicos do programa de estudos, utilizando o novo vocabulário aprendido assim como novas expressões idiomáticas.
  • Mostrar suas melhores redações.
Você também pode solicitar à classe que crie um blog comunitário para:
  • Completar trabalho de projeto em pequenos grupos, designando para cada grupo uma tarefa diferente.
  • Expor produtos de aprendizagens baseadas em projeto.
  • Completar uma WebQuest.
Que tal vocês contarem suas experiências sobre blogs?